Lucas 16:8 “…porque os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz.
“Não se esqueça de que o Cristianismo histórico tem sua base de sustentação na antítese. Sem ela, o Cristianismo histórico perderia todo o seu sustento.” Francis A. Schaeffer (O Deus que intervém – p.35).
A pintura acima Les Demoiselles d’Avignon ( As Mulheres de Avignon – bordel de Barcelona pintado em 1907), de Pablo Picasso, tem uma filosofia que questiona as normas sociais e a moralidade, e reflete sobre a condição humana:
- A obra representa o rompimento com a estética clássica e a revolução da arte no início do século XX.
- A pintura introduziu a desconstrução da forma e a simultaneidade de perspectivas, elementos centrais do cubismo.
Hoje gostaria de tratar de um assunto filosófico e polêmico que trata de uma mudança titânica sobre a verdade. Porque o que se dizia a 30 ou 40 anos atrás não funciona mais hoje? Alguém poderia contestar e dizer: não é porque os tempos mudaram? Claro que sim, mas por que mudaram? Em outras palavras porque o conceito sobre a verdade mudou. Ex: Antes pensávamos que o adultério estava errado e hoje esse conceito não é mais errado (para alguns), ao contrário, este e vários outros conceitos são defendidos e tolerados. A pergunta é: Por quê? A razão é que a forma como adquirimos a verdade mudou, a epistemologia mudou e especialmente o seu paradigma foram modificados, (a epistemologia é como nós compreendemos a verdade em qualquer área). Hoje temos o relativismo dos conceitos.
Isso aconteceu em todas as áreas, não só na área moral, mas na cultura, na filosofia e até mesmo na Religião. O que aconteceu? A resposta de Schaeffer é que o sistema da lógica mudou. Desde a filosofia clássica qualquer pensamento compreende que se algo está certo, o errado é o oposto, ou existe uma antítese daquilo. Por ex: Se matar está errado, proteger a vida está correto, se adulterar está errado o correto é cuidar do casamento. Assim o pensamento clássico da lógica discute as pressuposições com base nesta tese e antítese. A pergunta é: quando mudou isso e porque mudou? Francis Schaeffer diz:
Há trinta ou mais anos você poderia dizer coisas do tipo “isto é verdade” ou “Aquilo é certo”, e estaria falando numa linguagem compreensível a todos. As pessoas poderiam estar ou não sendo coerentes com suas crenças, mas todos estariam conversando uns com os outros pressupondo que a ideia da antítese é correta.” (cf. p. 23).
O interessante é que o Iluminismo pressupunha uma escuridão e o homem deveria trazer a iluminação das trevas com a tecnologia, o capitalismo, as mudanças no sistema familiar, etc…, para raiar a modernidade do século XX. Neste período, do século XX, o homem baniu todos os absolutos inclusive o próprio Deus. Isto aconteceu graças ao pensamento de alguns como, Hegel que estabeleceu o princípio do qual mudou o pensamento ocidental. Em vez de pensar em tese e antítese, ele estabeleceu a síntese. Desta forma, tudo começou a se tornar relativo. Não havendo absolutos e nem referências toda a forma de pensamento se torna relativo.
Assim a modernidade cresceu sobre as asas do humanismo absoluto e da síntese de Hegel. Isto nos faz pensar de forma estranha, pois tudo se resume, em nossos dias, no relativismo e a na falta de critérios para julgar as coisas. Assim, se quisermos comunicar com as pessoas precisaremos compreender a forma de pensamento relativista em que vivem. Nossos filhos/as já estão sentindo os problemas do relativismo, pois quando vemos um bebê sendo jogado no lixo, as pessoas consumindo drogas e as artes sem nenhuma restrição, enfim, tudo é relativo!
Desta forma a humanidade assistiu os valores fragmentando-se em todo o século XX. Quando não há mais certo ou errado, tese ou antítese o que resta é uma sociedade sem valores e fragmentada. Até a Arte moderna se fragmentou basta olha para alguns quadros de Pablo Picasso. Quando retratava seu amor, desenhava e pintava com sua beleza e delicadeza, mas quando expressava sua filosofia ele pintava com máscaras e com traços que não condizem com a realidade. (veja o seu quadro: As mulheres de Avignon).
No século XX vimos uma geração que se tornou a “antítese da vida”. Quando vimos Hitler na 1a e o desastre da 2a guerra, vimos o homem e a mulher perdendo sua posição de a “corôa da criação” para ser menos que um “macaco evoluído”; vimos o massacre de pessoas, vimos os filósofos celebrando a “morte de Deus” e a proliferação de bombas que eram “rosas de morte”.
Em tudo isso, a religião se fragmentou também. Não havendo absolutos bíblicos, o pragmatismo (o que dá certo) passa a ser o Senhor da Igreja pós-moderna. Assim, os 318 homens, o sal grosso, o lenço do pastor, ou os milagres realizados pelos homens, o copo com água, o culto ou missa para agradar as pessoas, os milagres, Igreja Gay, a doutrina da prosperidade, a emoção sem sentido, os shows que valem tudo, unção de Sara, de Isaque, do riso, etc…, poderia citar muito mais, pois tudo é válido, tudo é relativo. Quando a Reforma estabeleceu Sola Scriptura (Somente a Bíblia) ela sabia que as invenções humanas são perigosas e sem limites e o Cristianismo se deterioraria.
Bem, nesse aspecto reconheço que se não voltarmos a pensar com os critérios do pensamento clássico, tese e antítese, o mundo irá de mal a pior como tem acontecido e o Cristianismo histórico, aquele que Jesus pregou, aquele antigo Evangelho da Bíblia perderá sua capacidade de modificar e transformar a vida das pessoas através do seu poder.
Quem comigo não ajunta, espalha! Qual é a sua postura diante da filosofia relativista!
Pense nisto!