Protestantismo e Cultura Brasileira sua importância no Evangelho

165 anos: Protestantismo e Cultura Brasileira

Rev. Dr. Edvaldo Beranger

Há um trabalho histórico e sociológico do pastor Boanerges Ribeiro que merece nossa atenção. Uma obra primorosa dos primórdios da Igreja Presbiteriana do Brasil no período em que antecede a primeira Igreja fundada e narra as dificuldades que o primeiro missionário passou entre os anos de 1860 até 1890. Nesta obra encontramos pessoas ilustres tais como o Dr. Kalley, médico de origem Americana que atraiu muitos americanos para um trabalho evangelístico congregacional (Igreja Evangélica Congregacional), grande parte dos hinos que ainda cantamos no hinário Novo Cântico foram escritos e compostos por sua esposa Sarah P. Kalley) e ainda o Dr. Schneider, pastor presbiteriano que realizou um trabalho missionário entre os alemães do Brasil.

Sempre é bom lembrar das origens e das dificuldades que os primeiros protestantes iniciaram em nosso país. O trabalho presbiteriano foi pioneiro em seus aspectos missiológicos, mas talvez o seu maior erro foi associar-se a maçonaria que causou a primeira divisão na Igreja em 1905.

Grande parte da cultura brasileira foi sincronizada na Igreja Presbiteriana. Hoje, embora conserve certa tradição, move-se em diversas pluralidades e contextos brasileiros.

Vamos expor apenas alguns flashs do trabalho do Rev. Boanerges Ribeiro; Vamos lá:

A 1a Igreja Presbiteriana Constituída no Brasil

O 1º missionário desembarcou no Rio de Janeiro em 12 de agosto de 1859, com 25 anos de idade, após 55 dias no navio “Banshee”, que veio da América. Ele encontrou-se com o Dr. Kalley em 29 de agosto e ouviu sobre a perseguição da fé calvinista em território brasileiro, (p.20). Havia dois membros da Igreja do Dr. Kalley, Pitt e Esher que convidaram Simonton para pregar, (p.21). Simonton esperava o seu cunhado Rev. Blackford (casado com sua irmã Elizabeth) que estavam vindo para a missão no Brasil.

A princípio, (Simonton), entendia que deveria começar dando aulas de Inglês para aprender português e começou uma classe com o Secretário de Educação o qual chamava de Sr. Leon, (p.22). Assim ele vivia morando aqui e ali sempre em casas em que o idioma era a língua inglesa. Mas em 22/04/1860 ele iniciou a 1a classe de Escola Dominical. É necessário informar sobre a dificuldade de um trabalho insipiente e difícil como este. A dificuldade da língua e do desconhecido tornam o trabalho exaustivo e solitário,  mas ele esperava a ajuda do cunhado e da irmã, (p.23).

Em 15 de outubro do mesmo ano alugou uma casa no Rio começou a vender Bíblias , mas foi para São Paulo e ficou 4 meses tentando trabalhar e manter contatos. Ali encontrou numerosos alemães sem cuidados pastorais e escreveu a Junta de Missões que enviassem um pastor que soubesse falar alemão, (p.23). A Junta de Missões aceitou a sugestão do Rev. Simonton e enviou o missionário Rev. Schneider que chegou em 7 de dezembro de 1861. A guerra havia começado nos Estados Americanos entre o Norte e o Sul escravagista, mas a Missão no Brasil continuava e ainda que nosso missionário fosse abolicionista (anti-escravagista), o Brasil necessitava do Evangelho e não de um americano intrometido, por isso não se envolveu com a causa, mas em 12 de janeiro de 1862, duas pessoas foram transformadas pelo Evangelho. A 1a chamada de Sr. Milford batizado na Igreja episcopal e o Sr. Camilo de origem católica e assim nasceu a 1a Igreja Presbiteriana no Brasil.

(Extraído do livro: RIBEIRO, Boanerges. 1981. Protestantismo e Cultura Brasileira: Aspectos culturais da implantação do Protestantismo no Brasil, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana.)

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